segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Atividades lúdicas engrandecem a solidariedade.



Salve, galera.


O evento com palestras sobre a Historia da África e sua realidade na contemporaneidade, batizada de ÁfricaBrasil:contestação e transformação de uma realidade, será apenas o primeiro momento de várias atividades executadas dentro do projeto Vestibular Solidário.

Uma dessas atividades será uma tentativa dos alunos de realizar o clown na visita às entidades. As garotas e os garotos vão se pintar, se fantasiar e se vestir de alegria para visitar a garotada que tanto sente falta da alegria de viver.

Como durante o evento sobre a África vamos recolher as doações, antes do dia da palestra vamos passar em salas de aula, todos fantasiados, e anunciar a iniciativa que é tão bela. Alguns nomes já estão escalados, como os lúdicos em pessoa Ramon, Guilherme, Mauro, Mota ( o palhaço mestre) e Afonso. Quem quiser participar, é só avisar.

As meninas estão preparando uma supresa para levar no dia das doações. Com o passar dos dias vamos informando quais entidades serão beneficiadas com esse abraço enorme de alegria feito por alunos do terceiro ano do Colégio Anglo.

Ah, só para constar o quão bonita é a atividade dos clowns, vamos publicar agora um relato lindo de uma voluntária do grupo Esparatrapo. Muito lindo mesmo!

Até a próxima, galera!




Um gesto lento com a mão esquerda que dizia: “calma, espera…”.


Poderia ser a mão de um guarda de trânsito em um dia chuvoso pedindo ao motorista para reduzir a velocidade, ou ainda um amigo do outro lado da rua dizendo “segura aí, estou indo até você”, mas não, esse gesto veio de um ser tão imaculado quanto a sua mãozinha pedindo “espere, não vá, a minha sonda está vazando, mas a tia vai limpar e logo continuaremos a brincar”. Foi com essa expressão que Jenifer nos mostrou que estava gostando daquela brincadeira, foi isso que o seu olhar me disse. O salão de beleza, montado ali mesmo naquele quarto de hospital por três doutoras-palhaças tinha como sua primeira cliente do dia a criança de cabelos longos, negros e encaracolados, que recém-lavados recebiam da moça que a cuidava um novo penteado. Entre penteados e elásticos coloridos que Jenifer nos emprestava, outros penteados surgiram, as brincadeiras aconteciam com uma pitada de confusão, o que agradava a pequena, que não sorria. Não precisava, ela estava presente, conosco, o tempo todo. E um erro, cometido talvez, não sei se posso chamar de erro, foi perguntar à moça que cuidava dela qual era seu parentesco com a menina, não era mãe, nem parente, mas a funcionária do abrigo em que Jenifer mora. A resposta comoveu mais do que as duas vezes em que a sonda da pequena vazou. Aprendi naquele momento que definitivamente não precisamos saber a história de cada paciente, às vezes sim, é inevitável. Estamos ali, estamos juntos naquele momento e isso basta.

Mas aquela informação fez a palhaça engolir atravessada a “outra”, que pensou em invadir a cena com um sentimento de tristeza que não cabia ali. Já engoliu um pedação de banana de uma vez, escorregando goela abaixo? Foi assim que mandei a Dona Razão embora. O palhaço é recheado de sentimentos sim, mas sua sabedoria está na ingenuidade de não enxergar a gravidade das coisas, é como se tivesse uma lupa em suas mãos, mas esta só funciona para aumentar o que é belo e bom, não reconhece os problemas, porque ele sabe escolher para onde se deve olhar.

Naquele dia os pacientes receberiam visita de seus irmãos, é provável que Jenifer não tenha recebido visita de irmãos, é possível que as três palhaças tenham sido a única visita que ela recebera, talvez ela tenha sentido algum tipo de carinho por nós, eu senti por ela. Carinho de irmão.





Meire


Relato de uma visita realizada em 20/06/09 ao hospital Cândido Fontoura pelas Doutoras Leleca, Maritaca e Meiroca.



Vestibular Solidário - Transformar o mundo é o nosso desafio

Nenhum comentário:

Postar um comentário