segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Prisão de Ruandês reacende debate sobre genociídio em 1994.


Um tribunal de Haia condenou, em 23 de Março desse ano, a 20 anos de prisão, o ruandês Joseph Mpambara por atos de tortura cometidos em Ruanda no ano de 1994,durante conflito étnico entre Hutus e Tutsis. Segundo informações de jornais à epoca, o juiz não considerou esse delito como um crime de guerra.

Os juízes, que emitiram sua sentença, afirmam que, em muitos casos, a tortura derivou na morte das vítimas.No entanto, os magistrados concluíram que a tortura, neste caso, não pode ser considerada um crime de guerra porque o "alvo militar" durante a prática do delito não foi provado.

Como foi o conflito em Rhuanda.

O genocídio praticado em Ruanda é o evento mais trágico da segunda metade do século passado; todavia, quinze anos depois, ele está quase totalmente esquecido. A hecatombe de 1994 deve ser lembrada, estudada, analisada, discutida, porque contém um grande número de lições que nos ajudam a entender melhor nosso tempo. Os massacres de 1994 não são frutos de uma explosão de loucura coletiva, mas a máxima expressão de um ódio muito antigo.

A Ruanda pré-colonial certamente não era um país onde todos gozassem de suficiente dignidade e oportunidade; havia divisões sociais, tribais; as monarquias distribuíam privilégios e riqueza de maneira articulada. Mas os colonizadores – inicialmente alemães e, depois, belgas – tiveram grande responsabilidade na exasperada divisão do país entre dois grupos rivais, os hutus e os tutsis. Em 1932, quando os belgas criaram o documento de identidade étnica, chegou-se a uma situação sem retorno: os twás, além dos hutus e os tutsis, viram-se oficialmente divididos.

Os colonizadores atribuíram privilégios e cargos de comando apenas a uma restrita elite dos tutsis, despertando o ódio crescente nos hutus. Depois de deixar o país, os colonizadores assistiram à tomada do poder pela maioria hutu, até então oprimida, sem a preocupação de refrear as tensões causadas por sua política criminosa.

Durante os anos setenta, quando Juvenal Habyarimana chegou ao poder, um grande número de países ocidentais concedeu ao país enorme crédito político, mas principalmente econômico. O auxílio externo equivalia a 22% do Produto Interno Bruto, com rasgados elogios do Banco Mundial, apesar de Habyarimana reprimir de modo sistemático e duro os dissidentes.

(Texto extraído de "A memória de um genocídio")

Confira um video sobre o confronto em Rhuanda, no ano de 1994, que deixou 800.000 pessoas mortas, entre Hutus e Tutsis.

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